26 de dez. de 2011

SUL-AMERICANO DE CLUBES CAMPEÕES - 1° LIBERTADORES


VASCO CONQUISTA DE FORMA INVICTA O PRIMEIRO CAMPEONATO SUL-AMERICANO

Contra tudo e contra todos, os cruzmaltinos chegavam ao seu derradeiro compromisso na liderança do campeonato, dependendo de apenas um empate para triunfar definitivamente no Chile. A possibilidade que antes havia de acabarem três equipes empatadas tinha terminado depois da derrota do Nacional diante do time da casa por 3 a 2, no dia 10 de março (no outro jogo do dia, o River Plate goleara o Litoral por 5 a 1 mantendo suas chances). Os organizadores, porém, pensando na hipótese da derrota brasileira e de um empate na classificação final com o time argentino (já que eles ainda jogariam com o Colo Colo na última rodada), resolveram que se isso realmente acontecesse, cada equipe levaria para casa um dos dois troféus que seriam ofertados e posteriormente decidiriam o título em uma melhor-de-três. Mas na cabeça do Almirante só existia um pensamento: definir o campeonato naquele mesmo dia. Agora era pra valer a taça: Vasco x River Plate. Expresso da Vitória versus La Maquina.

O TEMIDO RIVER PLATE DE DI STÉFANO (3° JOGADOR AGACHADO)

A BATALHA DE SANTIAGO

O jogo começa com quase meia hora de atraso devido à chegada ao estádio do Presidente da República do Chile, Sr. Gabriel González Videla, e às várias homenagens prestadas a ele. O estádio está completamente lotado e a renda é a maior já registrada no país. Quando a bola rola, os platinos vão logo ao ataque: Labruña chuta no canto e Barbosa pratica sua primeira boa defesa na partida. O Vasco não se deixa intimidar e Danilo, com sua imensa classe, domina a meia canja. Labruña ameaça novamente, agora de cabeça. Mas Barbosa está atento. O incansável Djalma, que foi um monstro nessa decisão, divide com Ramos que deixa o campo machucado. Ferrari entra em seu lugar. Chico bate forte e o goleiro espalma. Logo a seguir, o Príncipe Danilo chuta colocado, mas Grizetti salva. Na metade do primeiro período, após uma tabelinha do ataque argentino, Labruña perde mais uma, mandando por cima quando o gol já era tido como certo. O Expresso começa a dominar e sufoca a defesa adversária que chega a ceder quatro escanteios seguidos. Chico e Friaça perdem as melhores chances de abrir o placar. Mesmo um pouco superior, o Almirante fica no zero a zero com o River na primeira fase.

 O GOLEIRO BARBOSA DEFENDE UM PENALTI

A etapa final começa e Ely acerta Labruña perto da área. Moreno cobra a falta que raspa o travessão. O Vasco retoma o predomínio. Aos seis, Chico chuta rente ao travessão. Com dez minutos, Maneca rouba o couro de Labruña, dribla Ferrari e Rodríguez e toca para Ismael. O jovem atacante deixa Friaça livre para marcar, mas, inexplicavelmente, ele falha na hora do arremate quando muita gente já se preparava para comemorar. Preocupação no time vascaíno: Wilson, destaque do jogo na marcação ao craque Di Stéfano, deixa o gramado contundido. O argentino Rafagnelli o substitui. A partida melhora ainda mais. Aos vinte e oito, um gol de Chico é anulado sem qualquer razão. O impedimento alegado pela arbitragem é um completo absurdo. O buchicho está formado. Há invasão de campo, mas prevalece a pressão dos adversários e a habitual má vontade das autoridades contra os times brasileiros. Não bastasse, Mendez ainda agride Chico covardemente e o atacante vascaíno revida. O juiz expulsa o brasileiro que explica sua atitude e, logo a seguir, Mendez também vai embora. O argentino não aceita sair e os dirigentes de seu clube são obrigados a invadir o campo e retirá-lo do jogo. Ismael sai driblando, arremata forte, mas Grizetti defende. Di Stéfano acerta o travessão de Barbosa no que poderia ter sido o último lance da partida. O árbitro, porém, não termina a peleja e dá cinco minutos de acréscimo. Os refletores são acesos e a bola marrom é trocada pela branca. Nessa pequena prorrogação de tempo, nenhum dos times queria o empate. O panorama foi uma seqüência de ataques de lado a lado. No lance mais contundente, Lelé solta o canhão que sai de sua perna direita e o goleiro salva com a ponta dos dedos. E finalmente o jogo chega ao fim. Agora não há mais como tirar do Expresso chamado Vasco o título de primeiro Campeão Sul-americano da história. E invicto! Os dois troféus são entregues por Gabriel González Videla (a Taça América del Sur) e Juan Domingo Perón (o Trofeo Juan Domingo Perón), respectivamente, presidentes do Chile e da Argentina. Os jogadores, emocionados, escutam o Hino Nacional com lágrimas nos olhos. Era o nosso povo rompendo fronteiras, sendo respeitado como nunca através do seu futebol. Os demais jogos do certame (Nacional 4 x 1 Emelec, no próprio dia 14, e Municipal 3 x 1 Litoral e River Plate 1 x 0 Colo Colo, ambos no dia 18 de março) serviram apenas para definir a classificação final do segundo ao último colocado. O campeão já estava definido: o Vasco da Gama. 






VÍDEO SOBRE O CAMPEONATO



PARABÉNS AO VASCO!!!

Um comentário:

  1. Gostei das palavras colocadas, buchicho, certame, peleja, tive que consultar dicionário online, mas agora tenho mais cultura, hehe.

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